Graduanda em Eng.Mecânica Naval conversa sobre intercâmbio canadense

 

Laura Suárez, de 22 anos, atualmente cursa o 9º semestre de Engenharia Mecânica Naval na FURG e, até então, é a única acadêmica da instituição a participar do concorrido Emerging Leaders of the Americas Program (ELAP), ou, Programa Futuros líderes nas Américas, como ficou conhecido no Brasil. A iniciativa é uma ideia do Canadá, que tem como propósito identificar e impulsionar possíveis líderes que, por ventura, residem e provavelmente irão atuar em países da américa latina.

Tendo em vista a abertura do processo de inscrição do ELAP, conversamos com a acadêmica sobre seu intercâmbio, adaptação e os demais processos que resultaram em sua temporária rotina canadense.

Os primeiros passos

Muitos estudantes ingressam em seus respectivos cursos superiores com a intenção de participar de algum programa de intercâmbio. Com Laura não foi diferente. No entanto, a jovem tinha a intenção de garantir uma vaga em outra iniciativa, já que, segundo ela, só sabia da existência do Ciências sem Fronteiras até então. “Até porque na época, em 2014, ele estava muito em alta”, aponta a estudante.

Na mesma época, a estudante havia prestado a prova de proficiência do Sistema de Avaliação na Língua Inglesa Internacional (IELTS), justamente para estar elegível em um possível processo de seleção do Ciências sem Fronteiras. “Uns meses depois foi anunciado o congelamento do programa, e aí acabei ficando desmotivada, achando que não haveriam mais oportunidades”, explica ela.

Foi então que Laura ficou sabendo do ELAP. Tudo começou pois um amigo da universitária acabou descobrindo o processo de seleção do programa, mas infelizmente não poderia participar do mesmo uma vez que não preenchia os requisitos necessários. Com isso, lembrou da acadêmica e a incentivou a correr atrás do edital.

O contato com a REINTER

Laura confessa ter tido algumas dificuldades iniciais com o preenchimento do edital, o que a fez entrar em contato repetidas vezes com a secretaria de Relações Internacionais da FURG. “A REINTER me ajudou muito, principalmente na fase de completar a papelada necessária” aponta e completa: “Eu não tinha muita noção de como preencher os documentos e incomodei bastante para ter certeza de que tudo estava certo”.

Além disso, a universitária explica que a REINTER foi importante também no momento de receber a notícia de sua aprovação. Segundo ela, o e-mail enviado pela universidade canadense havia caído em sua caixa de spam. “Só descobri que havia sido aceita pois o Newton – Responsável pelas questões de mobilidade da secretaria – me ligou”.

A experiência acadêmica

Em Newfounfland - a província mais ao leste do Canadá - Laura cursava duas disciplinas: Estruturas Navais I e Corrosão. A jovem explica ter escolhido apenas duas cadeiras em função do receio de ter uma adaptação difícil em relação as aulas em outro idioma e o ritmo de cobrança canadense. Apesar do pensamento inicial, hoje a estudante diz perceber que o ideal seria ter cursado três disciplinas, já que a sua adaptação e a demanda de trabalho foi, em sua visão, tranquila.

No tempo livre...

Ainda que muitos ‘intercambistas’ aproveitem quase todo seu tempo livre para conhecer lugares novos, Laura fez diferente. A estudante participou de um grupo de percussão latina, com direito a encontros semanais e até mesmo uma apresentação no final do semestre. Ela também realizou trabalhos voluntários em um grupo chamado ‘Let's Talk Science’, cujo objetivo era apresentar conceitos científicos para crianças, e, ainda, atuou – também voluntariamente – na St. John's Tool Library, um local de empréstimo de ferramentas para população.

Hospitalidade e gratidão

Quando questionada, a jovem não hesita em enaltecer sua experiência internacional. “Viver em um local extremamente frio, no meio da neve, é louco: agradecer quando as temperaturas estão positivas realmente te faz dar valor aos dias bonitos e mornos” declara. Em um segundo momento, Laura acrescenta que as pessoas da Memorial University, instituição de ensino na qual foi acolhida, e de St. John's, cidade na qual se situa a universidade são, em suas palavras, “As pessoas mais acolhedoras e simpáticas que eu já conheci. Eles recebem os imigrantes e estrangeiros de forma louvável e não medem esforços para os apresentar a província onde nasceram”, e adiciona: “Eles têm muito orgulho - super bairristas, que nem nós gaúchos!”.

Outro aspecto muito importante para a jovem foram as amizades que fez durante a sua estada. Segundo a mesma, Laura fez contato com outros brasileiros, assim como pessoas vindas de países como o, Peru, Alemanha, Finlândia, França e os próprios canadenses. Ela caracteriza o aprendizado cultural que teve como imensurável.

O conhecimento

No que tange seu aprendizado, a estudante diz ter estudado bastante, principalmente com a disciplina de Estruturas Navais, uma vez que, segundo ela, conseguiu aprender muitas coisas novas sobre a matéria e ainda fortalecer antigos conhecimentos. “Consegui inclusive repassar muitas dessas coisas para os meus colegas aqui da FURG”, assegura.

O ELAP está atualmente aberto para a manifestação de interesse de jovens estudantes. A REINTER estará recepcionando e instruindo nas próximas semanas os acadêmicos que tiverem vontade de participar do programa. A secretaria está situada no primeiro andar do prédio da Reitoria.

 

 

Laura Suárez, de 22 anos, foi a única estudante da FURG até agora a participar do concorrido ELAP